Utilizando técnica mista sobre tela (acrílica, pastel, bastão oleoso...) Akiko Miléo mergulha em um universo vasto do tempo, memórias e criações.
Os materiais utilizados pela artista colaboram para o ato da criação, é o criador e a obra, concentração que une um conjunto de imagens que respiram em intervalos sobrepostos.
Os diferenciais estilísticos dialogam entre ornamentos, é a poética da composição, beleza esta que revela mistérios, um mundo do ser artista em relação ao público.
A Harmonia é o alvo chave para a integração da obra.
Pesquisando e se apropriando de construções e fachadas antigas, ricas em ornamentos e detalhes incalculáveis, a artista fascina-se e se deslumbra aos arabescos, trajetória revisitada ao túnel do tempo.
Os resgates do passado são acoplados a uma contemporaneidade que ora são momentos dramáticos mas se invertem a um programa iconográfico global.
Os personagens utilizados são geralmente vazados ou delineados, contrastando ao fundo delicado, após, uma névoa integra o trabalho, surgindo um confronto entre a representação das figuras que gera uma relação temporal entre as obras, reforçando e disfarçando ao mesmo tempo o caráter narrativo.
A Artista induz a uma viagem em diferentes momentos aos movimentos interior da experiência no fazer arte.

Edilson Viriato - Artista Plástico

Orientador - Curador

 

Akiko Miléo é uma artista experiente. Neste caso, o adjetivo tem múltiplos significados: suas obras são elaboradas com o fruto da formação permanente de uma artista que sempre buscou o rigor técnico, seja na aquarela, que abraçou sentimentalmente desde o início de carreira, frutífero resultado de pesquisas constantes, de testes com materiais diversos e da coragem de enfrentar novas técnicas.
Esta coragem para mudar é acompanhada de uma sintaxe particular que sempre esteve presente em seus trabalhos: é possível percebe-la em suas delicadas transparências, resultado do treino com a aguada que nunca abandonou, e é possível percebe-la, também, nas linhas da sutil desenhista que nunca ficou escondida atrás das manchas.
Akiko não só constrói suas obras com materiais palpáveis, como a tinta e a fotografia, mas também com materiais que não são empíricos, como, por exemplo, a memória. A artista congela momentos importantes e as eterniza não só para ela. É possível, então, dividir com Akiko algumas sensações comuns: não por acaso ela escolhe, à partir de sua própria história, algumas imagens arquetípicas, que se tocaram a artista, nos tocarão também.
A partir de sua experiência, Akiko Miléo cria obras que falam de si e do mundo, e depois, é como se a artista nos emprestasse seus olhos, e as imagens acabam falando também de nós.

João Coviello – Artista Plástico


Trabalha com Ideogramas que nos remetem a resgate do tempo, através de imagens. Símbolos, Barrados, Séries, esta que amplia a um leque de possibilidades e se atualiza com a comtemporaneidade de nossos dias.
Seu território vem de uma mistura Oriental, fazendo da delicadeza, ponto de partida para o relacionamento entre o silêncio e o olhar.
Sua simbologia denomina exercícios e fragmentos de um ritual, estabelecendo pedaços de um diálogo poético, desvelando a natureza ou imagens, revelando segredos e mistérios.
Seu gesto articula emoções, aliadas a uma razão precisa.
A cor e o traço, ornamento de harmonia, compõe construções de desenhos que acabam valorizando a diferença.
Suas obras constroem seu universo, pronta para olhares alheios.

Edílson Viriato – Artista Plástico

Orientador – Curador